Literacia Televisiva e ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa


Este texto de Fernanda Botelho, pretende mostrar que o ensino da Língua Materna e a Educação para os média fazem sentido também quando trabalhados e explorados juntos, pois como refere a autora, é mais forte aquilo que os aproxima do que aquilo que os afasta. Na verdade, se pensarmos bem, ambos trabalham com textos e preocupam-se com a linguagem, interpretação e significações.

Assim, como já percebemos o estudo dos media irá fornecer aos alunos formas de aprendizagem de Língua Materna através da compreensão do que se ouve, do que se vê, do que se lê, da análise que se pode fazer do que se ouve e/ou do que se vê e/ou lê, através de várias atividades que não têm de ser aborrecidas para o aluno, mas lúdicas, interessantes e criativas. Pois, sabemos que as crianças aprendem mais e melhor quando estão motivadas e interessadas. Como refere a autora “a educação para os Media (e para a televisão) encoraja a aprendizagem, podendo criar o desejo de trabalhar com a língua, pois criam-se situações genuínas de comunicação com objetivos, igualmente, idênticos”.

Como tal, estas atividades deverão ser devidamente exploradas, deverão ser de cariz prático levando o aluno a participar nas atividades comunicativas. Como tal, “ler” não se refere apenas a um tipo de texto específico. “Ler” refere-se a todos os textos,  pois tanto lemos um texto de Shakespeare, como lemos mensagens de um centro comercial ou até mesmo as letrinhas pequeninas que se encontram nos rótulos dos produtos. Já “escrever” também não está destinado só a um tipo de texto, pois podemos sempre escrever algo mais formal ou informal, mediante o contexto.

Assim, deverão ser criados momentos em que o ensino-aprendizagem das Línguas Maternas e a Educação para os Media se cruzem, de modo a que sejam dadas oportunidades aos alunos para utilizarem e investigarem a linguagem em todas as dimensões, tornando-os capazes de se tornarem sujeitos críticos e conscientes da sua própria linguagem.