As rimas e a consciência fonológica


Neste texto, Fernanda Leopoldina Viana pretende dar resposta a uma questão: Porque é que existem bons e maus leitores?

Assim, de forma a responder a esta pergunta divide o texto em duas grandes áreas: Investigação sobre crianças e Investigação sobre os processos de leitura.

No que respeita à Investigação sobre crianças a autora refere que o que diferencia os bons dos maus leitores não é a inteligência, a memória nem a coordenação visuo-motora, mas sim os conhecimentos linguísticos que apresentam. Ou seja, para que as crianças consigam entender e chegar à linguagem escrita necessitam de ter conhecimentos prévios sobre leitura e escrita e terão também de ter uma grande motivação para ler. Assim, existem três grupos de variáveis que fazem a diferença entre um bom e mau leitor:

  1. Os conhecimentos linguísticos que apresentam (o conhecimento amplo do vocabulário é importante tanto para a decifração como para a compreensão, pois o desconhecimento de uma palavra, principalmente se ela for importante para determinado contexto, poderá influenciar e comprometer toda a compreensão de um texto. No entanto, um bom vocabulário não é, de facto, suficiente pois a criança também terá de ter várias competências a nível morfosintático, deverá também saber recorrer à memória auditiva e deverá desenvolver as suas competências metalinguísticas, pois para aprender a ler a criança necessita de ter consciência da estrutura segmental da sua língua);
  2. O que já pensaram/sabem sobre o funcionamento da língua escrita (contatar com a escrita ajuda a criança a compreendê-la, pois só assim ela a pode questionar, saber para que serve, saber o que é ler. Estes conflitos cognitivos vão fazer com que a criança compreenda a relação que existe entre a escrita e o mundo);
  3. Motivação para ler (a motivação é uma componente essencial para desenvolver o gosto pela leitura. “Uma criança motivada para aprender a ler irá ler mais e, lendo mais, lerá melhor”. Assim, é urgente incutir nas crianças o gosto pela leitura, é necessário que se criem experiências agradáveis com livros de forma a que as crianças compreendam que ler não tem de ser obrigatório, mas sim é algo que se deve fazer por prazer e por gosto.

 Relativamente às Investigações sobre os processos de leitura, autora diz-nos que as competências metalinguísticas não se desenvolvem espontaneamente em contato com a linguagem oral, para isso é necessário que as crianças sejam submetidas a diversas atividades em que possam trabalhar a estrutura segmental da língua, assim é importante desenvolver e promover a consciência fonológica. Para desenvolver esta consciência tão importante, existem inúmeras estratégias que podem ser utilizadas, tais como trabalhar de forma lúdica lengalengas, rimas, contos rimados, desenvolvendo também a memória auditiva e alargando o vocabulário.

Uma outra estratégia que se deve ter em conta é a leitura, pois quando uma criança ouve a mesma história vezes sem conta ela já conhece o seu enredo, as personagens e já consegue também identificar alguns sons, conseguindo assim “saborear” as palavras percebendo os seus significados e as relações que estas têm entre si.

Concluindo, é urgente que os educadores/professores tenham o conhecimento e a noção do quanto a consciência fonológica é importante para o desenvolvimento da leitura e da escrita, pois com a elaboração das atividades acima sugeridas será bem mais fácil, para a criança, compreender o valor e a utilidade das mesmas.


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