Modelos de Leitura (Decifração)
Algumas estratégias cognitivas levaram à construção de modelos de leitura que permitem perceber de que forma é que a informação é transformada em sentido.
Vejamos os seguintes modelos de leitura:
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Modelo ascendente (letra, sílaba, palavra, frase) – Este modelo parte do mais simples para o mais complexo, sendo que as letras são transformadas em sons. É de salientar também que dá origem aos métodos sintéticos (favorecem a decifração). No entanto, as críticas que lhe colocam são as seguintes: ausência de flexibilidade; nem todas as letras são processadas; o contexto influencia a leitura.
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Modelo descendente (contexto/imagem, palavra, sílaba, letra) – O lema deste modelo é: Aprendemos a ler, lendo! Assim, este modelo dá origem aos métodos analíticos (favorecem estratégias visuais e de antecipação). As críticas que lhe são apontadas são as seguintes: as predições são realizadas a nível do contexto; é um modelo lento; torna-se difícil prever palavras desconhecidas.
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Modelo interativo (interação entre estratégias ascendentes e descendentes) – Aqui, a leitura é encarada como um processo que requer a interação de inúmeras fontes de conhecimento. Este modelo, assim, assume uma posição intermedia, uma vez que utiliza estratégias dos modelos referidos a cima, dando origem a métodos semi-globais ou analítico-sintéticos. É importante referir que este modelo aplica-se apenas aos bons leitores, logo não é aconselhável em fases iniciais de aprendizagem de leitura.
Mas, o que é saber ler então?
Saber ler não consiste apenas em transformar sinais gráficos em sonoros, mas é também compreender o significado de uma mensagem escrita.
Assim, os grandes objetivos da decifração são:
- Identificar de forma rápida e eficaz palavras conhecidas;
- Evocar a ortografia e o significado de palavras conhecidas;
- Encontrar o significado e a forma de produção das palavras desconhecidas.